1. Hinduísmo
Tendo sua origem remontada ao ano de 1500 a . C., a
religião hinduísta foi estabelecida pelos invasores arianos da Índia. Os textos
védicos antigos descreviam um universo cercado de água. No período dos arianos,
ou árias (homens), a explicação de suas divisões sociais era encontrada nos
Vedas: da cabeça do deus primordial saíram os brâmanes (casta social
dominante), dos braços saíram os guerreiros, das pernas os produtores e dos pés
os servos (não-árias, ou "não-homens"). O mundo, conforme a concepção
desta época, foi formado a partir da organização por força divina de um caos
preexistente.
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Ganesha - Divindade indiana. Deuses metade humano
e metade animal são comuns no hinduísmo. |
No sistema religioso hinduísta atual há uma série de
ramificações, que geraram crenças e práticas diversas, assim como há muitos
deuses e muitas seitas de diversas características. O Hinduísmo tem sua ênfase
no que seria o modo correto do viver (dharma). Os cultos hinduístas são
realizados tanto em templos e congregações quanto podem ser domésticos. A
cerimônia mais comumente realizada é relativa à oração (puja). A palavra
"Om", representa a vibração original, uma vibração que transcende o
início, o meio e o fim de todas as coisas, vinculando-se, desta maneira, à
imagem da própria divindade. Os códigos sagrados do Hinduísmo são: os Vedas, consistindo em
escrituras que incluem canções, hinos, dizeres e ensinamentos; o Smriti, escrituras tradicionais que incluem o Ramayana, o Mahabarata, e oBhagavadgita.
O Hinduísmo é a religião atualmente predominante na
Índia (pouco mais de 80% da população).
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Ao centro da imagem, Brahman. É considerado por muitos como a
divindade mais importante do hinduísmo. |
1. Islamismo
Segundo dados estatísticos, o Islamismo é a religião
que mais rapidamente ganha adeptos na atualidade. A origem do Islamismo é
remontada ao século VII d. C. com as revelações de Alá ao profeta Maomé. A
religião reconhece Alá como seu único deus, assim como reconhece em Maomé o
legítimo profeta de seu deus. Os textos sagrados islâmicos são: o Alcorão, obra que contém as
revelações de Alá a Maomé; oHadith, contendo os pensamentos e as ações
de Maomé; o Sunnah,
conjunto de regras de conduta a ser seguido pelos islâmicos.
Duas vertentes são reconhecidas no Islamismo : os
sunitas (o maior e mais ortodoxo grupo islâmico, constituindo maioria religiosa
em países como o Iêmen e a Arábia Saudita, entre muitos outros) reconhecem a
sucessão de Maomé por Abu Bakr e pelos três califas que o seguiram; os xiitas
reconhecem a sucessão de Maomé por Ali, seu sobrinho. Os símbolos mais
importantes para os islâmicos são a família e a mesquita, os elementos centrais
da vida dos seguidores do Islamismo. As práticas religiosas são fundamentais,
como por exemplo, as cinco preces diárias a Alá; há também o dever para com os
necessitados de se oferecer uma parte dos bens; durante a data do Ramadan,
entre o amanhecer e o entardecer, há a obrigação do jejum; todos os seguidores
da religião, pelo menos uma vez em sua vida, devem realizar a peregrinação à
cidade de Meca, simbolizando a própria peregrinação de Maomé à esta cidade.
1. Cristianismo
Muitas doutrinas cristãs diferenciadas entre si
surgiram desde as primitivas comunidades cristãs. A origem destas comunidades
se deu em plena expansão do Império Romano. Como o Imperador romano era a
também a figura religiosa máxima do Império, quaisquer seitas eram prejudiciais
ao seu poder absoluto. Desta forma, as comunidades cristãs deste período foram
perseguidas. No entanto, mais tarde, o Império Romano adotaria as crenças
cristãs como sua religião oficial, ocorrendo assim a fundação da Igreja de
Roma. A partir desta, originaram-se as diversas doutrinas cristãs.
Com a excomunhão do Patriarca de Constantinopla pelo
Papa, em 1054, gerou-se um cisma e, como conseqüência, a fundação de uma outra
doutrina, a Igreja Ortodoxa , cuja concentração de fiéis localiza-se mais ao
leste europeu e porções centrais ao longo do continente asiático. Por outro lado,
séculos mais tarde, a Reforma, desencadeada por Martinho Lutero, foi um
movimento de contestação aos preceitos religiosos e à própria organização
clerical católica. Assim, surgiram diversas doutrinas, sob a ordem do
protestantismo. Ao longo dos tempos, foram várias as religiões originadas a
partir desta ramificação (Igreja Luterana, Igreja Metodista, Igreja
Presbiteriana, Igreja Anglicana etc.).
O marco fundamental da origem do cristianismo
refere-se ao nascimento de Jesus Cristo. Uma série de feitos miraculosos são
vinculados à figura de Jesus. Neste período, a disseminação da religião pelas
camadas mais populares se deveu à dedicação nas pregações realizadas pelos doze
apóstolos de Cristo (André, Bartolomeu, Felipe, Jaime, Jaime filho de Alfeu,
João, Judas Iscariotes, Judas Tadeu, Mateus, Pedro, Tadeu e Tomás). Mas a
grande expansão cristã deu-se, séculos mais tarde, com a própria expansão
colonial dos povos cristãos europeus colonizadores, que levaram a fé cristã
para além-mar, no período das Cruzadas. No Brasil, a fé cristã foi trazida
inicialmente pelos primeiros catequizadores da Companhia de Jesus.
O calendário internacional toma o nascimento de
Jesus Cristo como marco referencial para a contagem dos anos. As datas cristãs
comemoradas são o Natal (nascimento de Jesus Cristo), o Dia de Reis, a Quaresma
e a Páscoa. A Ascensão e os Pentecostes também constituem datas comemorativas,
embora sejam mais difundidas apenas entre os seguidores de algumas das
doutrinas originadas do Cristianismo.
A Bíblia Sagrada, constituindo a obra central para o
Cristianismo como um todo, encerra as idéias fundamentais da crença. O
Cristianismo baseia-se na crença monoteísta, ao contrário das crenças
contemporâneas à sua origem. Segundo a religião, Deus é o criador de todas as coisas
no Universo, tendo criado o mundo em sete dias (Gênese). As religiões cristãs
preconizam o amor a Deus e ao próximo, conforme os ensinamentos de Jesus.
Acredita-se na ressurreição de Cristo, e é estabelecido o conceito da Santa
Trindade, em que Deus é pai, Jesus Cristo o filho, e o Espírito Santo a
presença contínua de Deus na Terra.
1. Sikhismo
A palavra "Sikh" significa
"disciplina". Não há uma hierarquização na organização clerical da
religião. Os cultos são realizados nos templos, onde hinos de louvor são
cantados e orações matinais são feitas. A figura do guru significa, para os
sikhistas, o guia dos seguidores para sua libertação (Moksa). Os sikhistas
adotam como textos sagrados o Guru
Grant Sahib e o Janam-Sakhis, ou
"Histórias da Vida", escrito 80 anos após a morte de Nanak, o
fundador da religião (cuja origem é remontada à Índia do século XV).
1. Budismo
O Budismo originou-se nos fins do Período Bramânico
na Índia, que se estendeu aproximadamente entre os séculos IX e III antes de
Cristo. Tal período pode ser subdividido entre um período bramânico ortodoxo
(período de predominação dos Bramanas), um período bramânico desviante (do qual
originaram-se as Upanisadas) e período das heterodoxias. Este último dá lugar à
origem do jainismo e do budismo. De uma maneira geral, o budismo prega um
caminho de libertação e salvação mais individualizado.
No decorrer de sua existência, a crença budista
subdividiu-se em duas correntes: o Budismo Theravada, mais próximo da origem
dos ensinamentos budistas (prega um único caminho para a redenção: esforço e
disciplina), e o Budismo Mahayana (predominante, por exemplo, em países como o
Butão, país sob regime monárquico constitucional, e na Coréia do Sul), do qual
geraram-se doutrinas como a Bodhisattva e o Zen-Budismo, esta última possuindo
foco de concentração no Japão (embora neste último país predomine a religião
xintoísta). O Budismo, de modo geral, é organizado sob um sistema monástico.
O principal livro sagrado budista consiste no Tripitaka, livro
compartimentado em três conjuntos de textos que compreendem os ensinamentos
originais de Buda, além do conjunto de regras para a vida monástica e
ensinamentos de filosofia. A corrente do Budismo Mahayana ainda reconhece como
códigos sagrados os Prajnaparamita
Sutras (guia de sabedoria), o Lankavatara (revelações em Lanka) e oSaddharmapundarika (leis). A crença budista toma a
reencarnação como verdade. O sistema budista de crença é baseado em quatro
princípios ou verdades fundamentais: o sofrimento sempre se faz presente na
vida; o desejo é a causa crucial do sofrimento; a aniquilação do desejo leva à
aniquilação do próprio sofrimento; a libertação individual é atingida através
do Nirvana. O Nirvana contraria-se à idéia do Samsara (o ciclo de nascimento,
existência, morte e renascimento). Para os budistas, o caminho da libertação e
atingido a partir do momento em que o ciclo do Samsara é quebrado. O rompimento
do ciclo da vida é justamente o Nirvana, o qual pode ser alcançado através de
passos: a compreensão correta, o pensamento correto, o discurso correto, a ação
correta, a vivência correta, o esforço correto, a consciência correta, a
concentração correta. Todos estes passos são perseguidos através da
auto-disciplina e da meditação, além de exercícios espirituais.
O Budismo foi fundado na Índia em aproximadamente
528 a.C. pelo príncipe Sidarta Gotama, o Buda (o Iluminado, cuja existência se
estendeu aproximadamente de 563 a 483 a.C.), Hoje em dia, a maior concentração
de seguidores budistas localiza-se na região do leste asiático). A Índia atual,
na verdade, possui grande maioria hinduísta (pouco mais de 80% de sua população
total).
1. Jainismo
Em sua origem, o Jainismo constituiu, ao lado do
Budismo, uma vertente surgida no período das heterodoxias decorrentes da
tradição bramânica na Índia. No decorrer de sua existência, a religião
separou-se em duas vertentes: a Svetambara, que segue os cânones das escrituras
que contêm os sermões e diálogos de Mahavira; e o Digambara, que acredita que
os ensinamentos originais foram perdidos, mas a mensagem original é preservada.
Os textos sagrados do Jainismo são: os Culika-sutras,
que se dirigem à natureza da mente e do conhecimento; os Chedra-sutras, que contêm as
regras do ascetismo para os monges jainistas; o Ágama, texto especificamente
seguido pela vertente Svetambara, considerando este texto como uma coleção de
diálogos do próprio Mahavira. O sistema monástico regido por regras de
ascetismo caracteriza a organização jainista. Além do ascetismo, outras regras
devem ser seguidas: devoção à "tarefa" por toda a existência,
abstenção total de posses pessoais, celibato e recusa do ato sexual, nunca
prejudicar quaisquer seres vivos, nunca mentir e nunca roubar.
A origem do Jainismo é remontada à Índia do século
VI a. C., cuja fundação foi desencadeada por Vardhamana Mahavira.